A Visita à Real Fábrica do Gelo

Hoje, nós os alunos do 4º ano da EB1 do Painho fomos visitar a Real Fábrica do Gelo e o Centro de Interpretação Ambiental da Serra do Montejunto. Chegámos por volta das 10h30m e fomos recebidos pelo guia da Câmara Municipal do Cadaval, o Sr. Carlos Pereira que nos fez uma visita guiada.  Tivemos na nossa companhia a Assistente Comenius Rachel Kennedy. Iniciámos a visita pelo Centro de Interpretação Ambiental onde vimos um filme sobre a floresta, a flora e a fauna da Serra do Montejunto.

De seguida, dirigimo-nos à Real fábrica do Gelo, ao sector de produção, era composto por 2 poços de extracção de água, uma casa da nora, um tanque de pré-enchimento e os 44 tanques rasos de congelamento.

O senhor Carlos explicou que o hábito de saborear gelados e beber bebidas frescas terá vindo para Portugal através do Rei Filipe II. Foi escolhida a Serra do Montejunto por ser mais perto de Lisboa e reunir as condições climatéricas necessárias à fabricação do gelo. Foi em 1741 que se iniciou a construção da Real Fábrica do gelo, que laborou pelo menos 150 anos, caindo em desuso quando em 1850 se inventou os frigoríficos e cessando actividade nos finais do séc. XIX.

 Quando chegava o final de Setembro e o início de Outubro começava a época de fabrico do gelo. A água era retirada dos poços através de uma nora, com um burro e canalizada para o tanque de pré enchimento que levava 151 000 litros, quantidade exacta para encher os 44 tanques, ficando estes com uma altura de 10 a 15 cm cada. Durante a noite arrefecia e formavam-se as finas camadas de gelo. O guarda da fábrica, montado num cavalo ía até Pragança, com a sua corneta acordar os trabalhadores para a recolha do gelo antes do nascer do sol. O gelo era então partido e amontoado com rodos, e carregado em cestos às costas para os silos de armazenamento.

 O objectivo deste complexo fabril era fabricar gelo para ser utilizado pela corte, algumas lojas, cafés (Martinho da Arcada) e hospitais (Hospital-de-Todos-os-Santos).

Este edifício era utilizado para o armazenamento, conservação e expedição do gelo. É composto por 2 silos de armazenamento e de um terceiro utilizado para colocar o gelo embalado. Os trabalhadores prensavam o gelo com maços e socas de madeira. O gelo ficava acondicionado até Maio, altura em que era retirado, embrulhado em palha e serapilheira e transportado em burros até ao sopé da serra. Aqui passavam o gelo para carroças que seguiam para a Vala do Carregado, onde era embarcado nas barcaças, seguia até o Terreiro do Paço. Este percurso demorava doze horas e era feito durante a noite.

A Rachel gostou da visita e nós também gostámos muito da sua companhia.
Para finalizar a nossa visita o Sr. Carlos contou-nos a lenda da Nossa Senhora das Neves.

Da nossa turma apenas uma das alunas já tinha visitado a Real fábrica do Gelo. Os restantes alunos adoraram a visita,  porque aprenderam muitas coisas novas, como a história do fabrico do gelo e a lenda da Nossa Senhora das Neves. Ficaram impressionados com o complexo fabril, pois não faziam ideia que este existia no nosso concelho. Muitos alunos pediram aos pais para repetir a visita.